quarta-feira, 6 de maio de 2009
SEJA BEM VINDO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu sou o "Cardápio Literário" e comigo você poderá "saborear" os mais diversos "pratos" oferecidos pela rica e exuberante Literatura .
Talvez, você descubra sabores não muito agradáveis ao seu paladar, massss certamente encontrará algum prato que lhe cairá tão bem feito um "manjar dos deuses".... e tantos outros que serão tão deliciosos que você vai querer mais e mais e mais, duvida????
Para descobrir, é preciso experimentar... é necessário conhecer, portanto sinta-se a vontade escolha o seu prato de hoje e "bom apetite"!!!
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Yeeeeeees, o prato de hoje sera Clarice Lispector
ResponderExcluirEla é linda e escreve muitooooooooo ...
maaas, devo admitir e concordar com Alvaro Lins (publica resenha com reparos ao livro mesmo antes de sua publicação) que em 1944 qualifica um de seus livros como ''experiencia incompleta''
é meio complicado intender mais olha o que Clarice diz a respeito de NÃO ENTENDER:
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Opa! Eu quis dizer que ela ERA linda e ESCREVIA
ResponderExcluirmuito beeem ... 'siahsiaishiahisha*
erinhos basicooo'
Sabe, Clarice me encantou!
ResponderExcluirEla era maravilhosa e cada dia que eu mais estudava me chocava com o sentido de cada palarvra e as mesagens que ela expresava por suas entrelinhas.
Estou louca para continuar com o projeto, é fantastico, e mesmo que queiram copiar, NUNCA vão conseguir. PAOSKPAOKSPOAK'
beeeeeijos :*
Jade.
Clarice Lispector nos revela, nos explica, nos decifra, nos consola, nos liberta… cada vez que leio suas palavras fico maravilhado com a graça e o encanto com que ela escrevia.
ResponderExcluirgostei da Clarice e esse selo representa de algum modo o muito que ela nos deixou. Se seu domínio no mundo era a palavra, somos gratos por ela ter vivido nesse mundo e por ter nos deixado tantas e tantas palavras.
este poema é um dos grandes poetas brasileiros Vinicius de morais. Essa foi uma das suas ultimas poesias:
ResponderExcluirUMA CERTA madrugada
Eu por um caminho andava
Não sei bem se estava bêbedo
Ou se tinha a morte n’alma
Não sei também se o caminho
Me perdia ou encaminhava
Só sei que a sede queimava-me
A boca desidratada.
Era uma terra estrangeira
Que me recordava algo
Com sua argila cor de sangue
E seu ar desesperado.
Lembro que havia uma estrela
Morrendo no céu vazio
De uma outra coisa me lembro:
... Un horizonte de perros
Ladra muy lejos del río...
De repente reconheço:
Eram campos de Granada!
Estava em terras de Espanha
Em sua terra ensangüentada
Por que estranha providência
Não sei... não sabia nada...
Só sei da nuvem de pó
Caminhando sobre a estrada
E um duro passo de marcha
Que eu meu sentido avançava.
Como uma mancha de sangue
Abria-se a madrugada
Enquanto a estrela morria
Numa tremura de lágrima
Sobre as colinas vermelhas
Os galhos também choravam
Aumentando a fria angústia
Que de mim transverberava.
Era um grupo de soldados
Que pela estrada marchava
Trazendo fuzis ao ombro
E impiedade na cara
Entre eles andava um moço
De face morena e cálida
Cabelos soltos ao vento
Camisa desabotoada.
Diante de um velho muro
O tenente gritou: Alto!
E à frente conduz o moço
De fisionomia pálida.
Sem ser visto me aproximo
Daquela cena macabra
Ao tempo em que o pelotão
Se punha horizontal.
Súbito um raio de sol
Ao moço ilumina a face
E eu à boca levo as mãos
Para evitar que gritasse.
Era ele, era Federico
O poeta meu muito amado
A um muro de pedra-seca
Colado, como um fantasma.
Chamei-o: Garcia Lorca!
Mas já não ouvia nada
O horror da morte imatura
Sobre a expressão estampada...
Mas que me via, me via
Porque eu seus olhos havia
Uma luz mal-disfarçada.
Com o peito de dor rompido
Me quedei, paralisado
Enquanto os soldados miram
A cabeça delicada.
Assim vi a Federico
Entre dois canos de arma
A fitar-me estranhamente
Como querendo falar-me
Hoje sei que teve medo
Diante do inesperado
E foi maior seu martírio
Do que a tortura da carne.
Hoje sei que teve medo
Mas sei que não foi covarde
Pela curiosa maneira
Com que de longe me olhava
Como quem me diz: a morte
É sempre desagradável
Mas antes morrer ciente
Do que viver enganado.
Atiraram-lhe na cara
Os vendilhões de sua pátria
Nos seus olhos andaluzes
Em sua boca de palavras.
Muerto cayó Federico
Sobre a terra de Granada
La tierra del inocente
No la tierra del culpable.
Nos olhos que tinha abertos
Numa infinita mirada
Em meio a flores de sangue
A expressão se conservava
Como a segredar-me: A morte
É simples, de madrugada...
Adorei!
ResponderExcluirSiim, gostei muito do poema da Cacília Meireles, ele é muito lindo.
ResponderExcluirDespedida
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixando o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces?- Me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? -Tudo. Que desejas?- Nada.
Viajo sozinha com meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, toda desilusão!
Estandarte triste de um estranha guerra...)
Cecília Meireles.
Eu achei bem profundo e bonito.
vocês estão de parabéns ! o blog tá legal :)
ResponderExcluirAdoreei! ta muito legal o blog :))
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